'Tentei ser como eles,todos tão iguais, mas no mundo onde vivo, todo mundo ama alguém a mais - ou nunca amou.'

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Minha mãe sempre diz: Não há dor que dure para sempre!
Tudo é vário.Temporário. Efêmero. Nunca somos, sempre estamos!
E apesar de saber de tudo isso. Porque algumas dores duram tanto?
Porque alguns sentimentos (diga-se de passagem os mais ridículos) demoram tanto a passar?
Porque olhar pra ele reaviva esperanças perdidas e suscitas lágrimas quentes até então contidas?
Porque o cérebro ainda não inculcou no coração que esquecer faz bem a sáude?
Porque tudo não pode ser como um bonito filme francês?

- Chico Buarque

sábado, 23 de julho de 2011

E então num momento qualquer ou não se percebe que o coração já está curado. E quando um caração se cura sozinho, sem usar alguém como medicamento, você compreende que as coisas que você procura já estavam procurando por você.










segunda-feira, 11 de julho de 2011


Filme: Le Fabuleux Destin d´Amelie Poulain


(Quadro "Le déjeuner des canotiers (O almoço dos barqueiros)" - Pierre Auguste Renoir)

- Sabe a garota do copo d´água?
- Sei.
- Se parece distante, talvez seja porque está pensando em alguém.
- Em alguém do quadro?
- Não, um garoto com quem cruzou em algum lugar, e sentiu que eram parecidos.
- Em outros termos, prefere imaginar uma relação com alguém ausente que criar laços com os que estão presentes.
- Ao contrário, talvez tente arrumar a bagunça da vida dos outros.
- E ela? E a bagunça na vida dela? Quem vai por ordem?
...


quinta-feira, 7 de julho de 2011

Entrelinhas



E na falta de opção ele vai se arrepender. O outro também se arrependeu por ser paciente do acaso. Eu sei que às vezes, ou sempre, o acaso é tudo que temos... Meus casos resultam disso. Mas meus compromissos nunca se procriaram de meros acasos. Ele não sou eu. Graças! Se ele fosse isso seria algo tão... digamos: muito! Muito menos sou exemplo algum de sorriso brilhante no altar. Só me pego a pensar em todos aqueles que desenham uma vida a dois baseada no fracasso da sua falta de opção. Assim, analiso os que passaram por mim, que com certeza em suas ignorâncias nunca leram Robert Frost e o famoso trecho ‘Em algum ponto, duas estradas bifurcavam numa árvore. Eu trilhei a menos percorrida e isto fez toda a diferença.’

Deveras! Ambos foram ‘maria vai com as outras’ e ‘rastaram pé' na estrada que estava ‘bombando’... Sempre algo financeiro vem de brinde do acaso: Uma mulher com uma conta bancária ótima ou mesmo uma coitadinha que abre caminho pra uma casinha de brinde e um lar feliz.

- Feliz?

- Sim senhor. Temos cerveja na geladeira e uma boa transa pra fechar a noite!

- Mas e a turma?

- Que turma, vida?

- Minha turma, TUDO que eu tenho, TUDO que eu construí ao longo dos meus TANTOS anos...

- Ah sim, deixamos a transa pra mais tarde e você pode beber o resto da noite, amor. Ou o resto da semana... Sou toda a sua disposição.

Em escolhas feitas ao acaso, falar em amor não combina. Casos pedem falta de compromisso mesmo selando algo dourado em uma parte qualquer. Mãos que foram incapazes de abrir um livro, mesmo que de presente, perderam a honra de refletir qualquer objeto de brilho.

Poderias me dizer:

- Fica com teus livros, com teus sonhos e com tua solidão, que eu fico com a minha falta de perspectiva e minhas escolhas ocasionais para até que a morte separe.

Que eu provavelmente te responderia:

-Fica com teu álcool, tua turma e tua menina coitada qualquer, que na estrada menos percorrida que eu tenho trilhado tem GOZO, tem DIÁLOGO, tem VERDADE. Tem até AMOR... Mas isso já seria uma outra longa história até que eu pudesse explicar-lhe o mais simples significado.

Para quem não entende as coisas mais convenientes da vida, tão pouco entenderá quaisquer entrelinhas.



*Lapsos de uma tal Juliana seguindo instruções médicas de uma tarde (nem tão) qualquer.*





sábado, 2 de julho de 2011


"Contar é muito dificultoso. Não pelos anos que já se passaram. Mas pela astúcia que têm certas coisas passadas de fazer balancê, de se remexerem dos lugares. (…) A lembrança da vida da gente se guarda em trechos diversos, cada um com seu signo e sentimento, uns com os outros acho que nem não misturam. (…) Tem horas antigas que ficaram muito mais perto da gente do que outras, de recente data. O senhor mesmo sabe; e se sabe, me entende."

(Guimarães Rosa)